terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Dia Doente

Entediado? Ok, aqui vai uma breve lista de coisas que podem dar barato. "Barato" sendo usado levianamente. Usem com moderação:

-faixas horizontais das estradas;
-respirar muito rápido;
-correr feito debilóide;
-encarar uma fonte de luz por muito tempo;
-lugares desertos;
-comer uma porrada de açúcar;
-ficar sem se mexer por mais de meia hora;
-girar com a cabeça apoiada num cabo de vassoura;
-quatro horas de Baba O'Riley (melhor em versão instrumental);
-três minutos de Datena;
-sono acumulado;
-pressão baixa;
-rolar (rápido) no asfalto;
-queda livre;
-muito tempo sem comer (não-hehehe);
-muito tempo sem comer (hehehe);
-fadiga muscular;
-ficar de cabeça para baixo;
-acesso violento de tosse;
-acesso violento de dança convulsiva.

A lista pode ser bem maior. São só umas idéias.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Mente: Concha ou Moinho?

O conhecimento humano. Ô coisinha legal de imaginar. Quando e se alguém ler o que quer que venha a seguir, seria legal um certo conhecimento prévio sobre as condições que deram origem a este chautauqua* específico. Uma da manhã, eu estou vestindo nada além de uma cueca e uma jaqueta de couro (ei, ei, ei - só a jaqueta é de couro, não sou nenhum dançarino exótico) e, tirando algum resíduo do Listerine, não tem uma gota de álcool no meu organismo.

Bom, seguinte: se a gente considerar o mecanicismo dominante na explicação dos fenômenos físico-químicos em grande parte do século XX, dá pra perceber que, embora a física quântica esteja jogando tudo por água abaixo, por muito tempo os modelos concebidos foram muito úteis na invenção de uma caralhada de coisas. E até na compreensão, mesmo, se a gente considerar que, desde que nós pensemos ter compreeendido alguma coisa, por mais errados que estejamos ainda estaremos num nível de compreensão superior àquele no qual nos encontrávamos antes de pensarmos ter compreendido. Compreende? Pra ilustrar, uma metáfora: se você pensa que entendeu que maçãs caem porque duendes anões laçadores invisíveis adoradores de maçãs puxam as maçãs para baixo no momento em que as largamos, você está num nível de compreensão superior ao do cara que só percebeu que as maçãs caíam. E muito mais próximo de uma overdose, já que duendes anões laçadores invisíveis adoradores de maçãs não vivem em clima tropical.

Relendo esse trecho acima eu entendo algo do porquê de dizerem que minhas metáforas são invariavelmente ruins. Acho que ajudaria se eu parasse com a minha insistência em sempre usar maçãs. Bom, vamos voltar à pauta.

Vamos dizer que seja possível o cérebro ser explicado em modelos mecânicos. Não é pra dizer que seja (embora esteja a dizer que é). É mais pela evolução do nível de compreensão. Mais um adendo aqui, vá: subir na hipotética escala do nível de compreensão não quer dizer nada em termos de utilidade. O cara que criou a hipótese dos duendes anões laçadores invisíveis adoradores de maçãs (doravante conhecido como HIPÓFISE) provavelmente vai ser tão bosta em termos de colheita de maçãs que seu amigo que só percebia que as maçãs caíam (doravante a ser chamado de HIPÓLITA). Aliás, deve até ser menos eficiente, porque enquanto HIPÓLITA gasta seu tempo colhendo as maçãs com um sorriso no rosto, HIPÓFISE vai ficar matutando sobre os duendes, como aproveitá-los, como se comunicar com eles etc. Então não é que seja exatamente útil esse negócio de compreensão. Talvez não passe de mera curiosidade. Mas vá saber - talvez um dia HIPÓFISE consiga usar os anões para rebocar tratores e descubra neles uma fonte de energia limpa e inesgotável (é possível, bastaria uma maçã chinesa amarrada a um trator holandês, por exemplo, em se tratando desse exemplo específico).

Mas vamos voltar ao cérebro. Minha questão é quantos níveis de compreensão você pode ter para o mesmo pensamento. Quantas epifanias relacionadas à mesma linha de raciocínio, vindo de formas quase indistingüíveis, se pode ter sobre qualquer coisa ou uma combinação qualquer de quaisquer coisas em qualquer quantidade. Qualquer. Eu faria, para exemplificar, um modelo de caixa retangular extensa lateralmente e estreita verticalmente. Ou vice-versa, não importa. Pense em uma régua como base e em paredes laterais saindo dela. Legal. E ela pode até ser usada como medidor.

Minha geringonça funciona assim: você tenta encher essa caixa. Eu ia tentar com maçãs, mas maçãs são muito maiores que réguas, então penso em dois bons potenciais conteúdos: areia e água.

Vamos lá, primeiro com areia. Imaginem a caixa esquisita, nosso compreensômetro (não esqueçam de imaginar uma maçã do lado). Bom, quem tem um certo ponto de vista sobre determinado assunto por toda a vida só jogou areia num canto do compreensômetro. Digamos que ele tenha o ponto de vista 5cm. A quantidade de areia que ele jogou deve ser muito pequena, porque areia se espalha quando é jogada. Isso quer dizer que, se ele aprofundar o conhecimento que possui sobre o 5cm, logo logo vai obrigatoriamente chegar a compreender um bocado do 4cm e também do 6cm. Se não for assim, não vai compreender mais o 5cm. E para transcender toda a questão, transbordando, ele será obrigado a passar por todos os pontos de vista da nossa escala.

A vantagem de usar areia é que ela representa melhor o quadro geral de como a gente primeiro compreende as coisas próximas e gradualmente. Por outro lado, a água retrataria muito mais fielmente a maluquice que se dá quando seu ponto de vista oscila violentamente de um canto pra outro antes de virar calmaria. Vamos ver mais a fundo:

Em primeiro lugar, vamos esquecer a água e vamos usar suco de maçã. E vamos cortar uma fatia daquela maçã que estava ali ao lado da engenhoca e usá-la para apoiar o compreensômetro como se fosse uma gangorra. Isso vai melhorar ainda mais a questão de como a compreensão pode ir de um pólo a outro e depois voltar antes de tudo se estabilizar. Novamente quem tem um ponto de vista por toda a vida teria só uma pequena gota. Agora a gente joga um monte de suco de maçã lá dentro e vai vendo como ele vai de um lado pro outro na gangorra feito maluco antes de transbordar. Ou acalmar no que poderia ser um fracasso, se considerarmos transbordar como um objetivo. Para piorar as coisas, vamos imaginar que a mesa está sendo agitada violentamente por uma chuva de maçãs. Pronto, o suco vai se um lado pro outro, pendendo cada hora mais para um lado, mas dado um certo ponto, englobando, mesmo que mais num momento e menos no outro, toda a extensão do troço.

A chuva de maçãs também funciona muito bem no modelo de areia, forçando a areia a se espalhar. Talvez a vida seja uma grande chuva de maçãs, forçando a gente a espalhar nossa compreensão e levá-la a mais cantos. Ou talvez sirva só para machucar nossas cabeças, mesmo, e levar a uma ou outra lei gravitacional. Sei lá. Pelo menos a minha cabeça já começou a doer.

*É. Eu pago um pau.**

**Não entendam literalmente e venham oferecendo, já recebo regularmente e-mails desse naipe em forma de spam.

terça-feira, 27 de novembro de 2007

Pedantismo Aonde?

Pensamento do dia: "meu pau é tão grande que, se eu estender no teclado, vai de A a Z!".

P.S.: Eu fiquei em dúvida sobre dizer que esse pensamento não era meu ou ficar quieto. A verdade é que eu li em algum lugar, mas podem escolher não acreditar nisso, se quiserem, como fez o cara que mora comigo. Ah, e agora vão pensar que eu tenho pinto pequeno e sou homossexual. É o sonho de todo macho. Se bem que, analisando direitinho, no tribunal dos machões, eu acho que pinto pequeno seria fator atenuante da baitolagem, já que é menos pinto se esfregando no outro cara. Isso, lógico, considerando o réu como ativo. Mas, embora eu goste muito de falar sobre um tema tão polêmico, eu queria comentar outra coisa. Bem menos legal.

Ainda P.S., parágrafo segundo: Bom, eu vou logo narrar o diálogo:
-Ei, eu li algo muito bom esses dias.
-Ah, é? O que?
-"Meu pau é tão grande que, se eu estender no teclado, vai de A a Z!"
(parte em que ele levou algumas linhas de texto para entender a parte humorística suprimida)
-Que bosta. Você pensou nisso?
-Não.
-Lógico que pensou. É uma das suas merdas.
-Não, eu li em algum lugar.
-Certeza que você ficou aí pensando pra fazer alguma piada com pinto e computador.
-Na-na-na, se fosse para fazer uma piada com pinto e computador eu usaria o cooler.
-Hein?
-Pela sonoridade. E pelo papel de moedor de carne que ele tem.
-Ah, é? Tipo o que?
-Hã... "enfia seu pau no cooler e ele sai todo picado!"
(parte em que percebemos o campo semântico acidental e rimos por alguns bons minutos suprimida)

Molhe Comigo

-Homem-Lógico!

O guarda olhou espantado para o capitão. Mais surpreso que espantado, na verdade. Coisa de 65% de um, 30% do outro e 5% de um pavor de borrar as calças. O que foi uma excelente melhora, porque o pavor de borrar as calças estava em torno de 60% quando ele perguntou "que merda, capitão, quem é que vai lá pra dentro?" e temeu ouvir o próprio nome.

Ainda assim era assustadoramente arriscado apostar em um vigilante mascarado que não fazia parte da força policial, que não estava por perto e podia nem estar sabendo do ocorrido. Até onde o guarda Borrabotas sabia, ele podia estar bebericando suco de uva no sambódromo. Por outro lado, realmente não havia muita coisa a se fazer. Os assaltantes tinham reféns e, embora o banco estivesse cercado, seria muito difícil evitar um final trágico.

E enquanto esses pensamentos se organizavam meio lentamente em sua cabeça, ela foi perfurada por uma bala. Se não tivesse sido, ele veria uma figura imponente, um homem alto de cerca de trinta anos, moreno, vestindo um uniforme verde que já ficaria apertado em alguém cerca de trinta anos mais novo, perguntar:

-O que o Homem-Lógico pode fazer por vocês, capitão?

-Homem-Lógico! Graças aos céus. Temos um grande problema aqui.

-Não precisa dizer muito. Quantos são lá dentro?

-Vinte e um. Cinco assaltantes e dezesseis reféns.

-Já foram identificados?

-Já, sim. Temos as fichas deles aqui na viatura.

Dizendo isso, tirou todas as fichas e mostrou-as para o Homem-Lógico, enquanto tentava entender o que pensava aquela misteriosa figura. O olhar compenetrado parecia analisar todas as fichas ao mesmo tempo. O do capitão alternava entre o Homem-Lógico e as fichas. Um dos homens era careca, suspeito de ter participado da KKK vinte anos atrás, mas rumores diziam não ter saído da organização em bons termos. Outro era um terrorista árabe que, juntamente com um terceiro, loiro e absurdamente alto, havia operado com drogas na Colômbia. O quarto elemento do bando era mulato. O quinto poderia ser indígena ou japonês para que o quadro étnico ficasse mais completo, mas esse quinto, ou melhor, essa quinta, era uma mulher, jovem, fisionomicamente muito parecida com o loiro alto.

Então o Homem-Lógico parou um pouco e ouviu uma gravação de uma rápida conversa entre o capitão e um dos assaltantes, que parecia ser o líder. Era um dos homens, e o vocabulário revelava um nível de escolaridade não muito alto. Em um certo momento durante a discussão, a voz de uma mulher interrompeu e houve uma rápida discussão abafada. Não chegou a ser uma discussão violenta, estava mais para algo cooperativo.

-Já vi o suficiente. Hora de resolver essa situação.

Então correu, pulou o muro com a ajuda de seu Bastão Lógico e, uma vez dentro do banco, sacou seu Revólver Lógico e matou todos os bandidos. Dez reféns morreram no processo e o Homem-Lógico sumiu, para ser visto novamente em uma outra emergência policial ou, ocasionalmente, bebericando suco de uva no sambódromo.

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Aparar Filosofar Obeso

-Porra! Essa bola foi fora!
-Foi o caralho, maluco!
-Foi fora, manda aí, é nossa!
-Cala a boca, velho.
-Dá essa porra aqui! Vou cobrar.
-Vai o cacete, sai fora.
-Dá essa merda aqui antes que eu fique puto!
-Ah, é? E que é que tu vai fazer? Bater em mim?
-Não... vou não...
-Então xiu aê!
Ao dizer dessa frase, um toco de madeira desenhou um arco muito bonito que começou acima da cabeça de um rapaz e terminou tentando entrar na cabeça do outro.
-CARALHO!
-Taí, agora dá essa porra.
-Tu me bateu, seu porra! Tu mentiu!
-Menti nada, quem bateu em você foi o pau.
-Ah, é?
-É.
-Então também não vou bater em você.
-Ah, mer...
E foi-se uma bela muqueta no nariz.
-Porra, cê bateu em mim.
-Bati não, meu braço que bateu! Seu corno!
-Seu filha da puta, seu braço é você.
-Meu braço é eu? Picas que meu braço é eu!
-Meu não é e só tem nós dois aqui, essa porra é sua.
-É meu mas não é eu. Tu fala com meu braço, por acaso? Se cortar meu braço eu morro?
-Caralho, é parte de você.
-É só parte.
-Mas a parte não é parte sem o todo.
-Tá, mas até por uma questão lógica, só a parte não é o todo.
-É, só que o todo não é todo sem a parte. O conjunto A não é o conjunto A se você tirar um elemento que seja dele. Aliás o conjunto A todo é parte do conjunto A, porque A está contido em A. Sendo a parte também o todo.
-Ah, é? Você se contém?
-Lógico. Eu sou, majoritariamente, parte integrante e indissociável de mim.
-Então teu braço é tu, porque faz parte de você?
-É.
-E quanto tu tá com ar no pulmão ele é você, também?
-Deixa eu ver... é. Tá em mim. Faz parte.
-Legal. E quanto tu solta? E quando tu mija? Tá se jogando fora?
-Bom, aí deixa de fazer parte de mim.
-Beleza. Então eu não vou te molhar...
-Saca esse pinto e ele vai deixar de ser parte!
-Velho, se tu for pegar refúgio em semântica, lógica e filosofia, faz direito. Se tu não me bateu, se eu mijar em você tu não vai poder fazer nada.
-E se eu arrancar seu pau, ele não vai mais ser parte de você e você não pode reclamar por eu arrancar algo que não é seu. E até arrancar, é lógico que eu não vou ter arrancado, então você não vai ter motivo nenhum pra reclamar porque eu ainda não vou estar fazendo nada.
-É... isso faz sentido.
-E aí, quer mijar em mim e perder o pau?
-Não, beleza, vai, deixa quieto.
-Então foi fora?
-Foi, vai.
-Tá. Agora vou te comer de porrada, então.
-Beleza.

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Pus, Mancha Da Sina - Meu Sexo Duro Ri

O mundo é uma caixinha de surpresas. Nele, certas coisas acontecem que me deixam em dúvida sobre eu ter a alma encardida ou cristalina. Outro dia eu estava a trafegar pela Marginal Tietê na chuva e testemunhei um daqueles acontecimentos pastelões muito divertidos.

Parênteses: eu costumo fechar o corredor com minha moto trambolhenta e deixar os motoboys enfurecidos, buzinando feito... motoboys coléricos (eu ia fazer uma comparação caricata, mas nada buzina mais que motoboys enraivecidos). De qualquer forma, cada vez que eu vejo um motorista engarrafado sorrir, eu deixo uma fileira de babacas passar à minha frente e então prossigo, aguardando a formação de um novo comboio de tiradores de mães de zonas. Alguns não conseguem esperar o suficiente e saem costurando.

Pois bem. Outro dia eu mesmo fiquei preso por uma ambulância, mas como não ando de moto com um nabo enfiado na bunda, pude trafegar com calma a 20km/h. Meus simpáticos colegas, por outro lado, como eu já expliquei, parecem não dispor nem do meu conforto proveniente do ânus vazio de vegetais nem do mesmo temperamento calmo e pacífico que eu. Esses cornos filhos de putas pechinchentas saíram a cortar todo mundo para ganhar alguns míseros segundos. O que eu pensava pela minha cabeça é que eles faziam manobras que eu não tentaria fazer na chuva, mesmo meus pneus sendo maiores que a bunda da sua mãe e tendo sulcos ainda quase tão fundos quanto... deixa eu ver... a bunda da sua mãe. E justamente enquanto eu matutava, em uma videocassetada muito bonitinha e patética, um rapaz motoqueiro aparentemente decidiu levar sua cabeça de encontro ao chão e a moto à roda dianteira da ambulância.

É aí que começam minhas ações curiosas. Se eu disser que parei, me certifiquei de que o rapaz estava bem, falei com o menino da ambulância para que ele prosseguisse e pedi para o resto dos curiosos mexerem as motos em vez de ficarem parados na rua atravancando o trânsito, talvez pensem que eu sou um cidadão exemplar. E, se a gente considerar os fatos somente, sou, mesmo. Se a gente considerar o porquê das minhas ações, por outro lado, eu acho que sou só um louco. Um louco mesquinho.

Explico: eu parei por dois motivos: primeiro porque tinha um veículo e um cara em frangalhos no meu caminho. E porque a porra da ambulância parou e o paramédico deve ter sido treinado só para olhar firmemente gente machucada, já que não moveu uma palha. Então eu fui até lá para dar um jeito no meu problema, calcei minha melhor voz hipócrita e disse "vai embora, cara, vocês são importantes". Acho que o cara me olharia de modo menos esquisito se eu já tivesse conseguido parar de rir do fato de um cara ter sido atropelado por uma ambulância. É irônico demais e eu estava ainda muitíssimo ocupado em decidir rotular aquele acontecimento como azar, já que é virar um acidentado justamente por causa de um veículo feito para auxiliar acidentados, ou sorte, já que, se eu tivesse que ser atropelado por qualquer coisa, escolheria uma ambulância, por motivos óbvios, quando o cara levantou, meio troncho, e eu vi que ele tinha bigode.

Muita gente não vai entender, mas eu tenho muito respeito por quem tem bigode. Quanto maior o bigode, mais eu respeito a pessoa. E se alguém disser que é um critério de respeito machista, eu preciso ressaltar que existem muitas mulheres de respeito por aí. Não que isso as torne exatamente bonitas, mas se eu respeito homens que desfilam por aí com asinhas de pêlos ou vassourinhas mágicas debaixo do nariz, que não dizer das mulheres que o fazem (o desfilar, não o bigode - se fizer o bigode, não tem bigode, aí é covarde como os outros! Covarde!)! Em termos comparativos, a Catherine Zeta-Jones com um bigode de aproximadamente três pêlos de espessura média por centímetro quadrado de pele seria o equivalente feminino ao Tom Selleck em Magnum.

Enfim, já que o cara tinha bigode, e como ele estava estranhando minhas risadas (duraram muito), eu perguntei se ele estava legal, se precisava de alguma coisa. Aproveitei para olhar a moto dele (enquanto ele tagarelava qualquer asneira que não me interessava): um negócio velho, amassado e carcomido no qual já montou muito mais gente do que se pode contar, igual à bunda da sua mãe. E agora sem o pára-lama dianteiro (o que eu espero que não quebre a onda de comparação com a bunda da sua mãe, porque bundas costumeiramente não têm pára-lamas e, se tivessem, obviamente seriam traseiros). Como ele estava bem e o bigode dele não era grande o suficiente para extrair mais gentilezas de mim, dei meia-volta e tencionava chegar à minha moto logo, mas um monte de sujos babões com nojeiras motorizadas de duas rodas estava no meu caminho, olhando para o vazio e provavelmente babando dentro daqueles capacetes fedidos. Como estavam me atrapalhando, dei uma de misto de guardinha com motivador profissional e gritei "gente, vamos liberar a rua porque a gente está travando o trânsito". Não surtiu muito efeito; foi só depois que eu consegui chegar à minha moto que eles começaram a se mexer. Para quem estava morrendo de pressa e buzinando segundos atrás foi uma atitude esquisita.

No final das contas eu ainda saí antes deles. E segundos depois eles estavam a buzinar e me infernizar com suas motocas escrotas que andam fazendo um barulho horrível e soltando mais gases poluentes que o permitido pelo Protocolo de Kyoto, novamente nos remetendo à já tão remetida bunda da sua mãe. Mas dessa vez, mesmo porque eu ainda não tinha parado de dar risada, me considerei como o motorista sorridente engarrafado e dei passagem a todos. Foi o que mais passou perto de ser uma boa ação genuína no dia, e mesmo assim eu tinha era interesse em ver um remake da queda. Se bem que não seria a mesma coisa sem a ambulância.

Espero que a bunda da sua mãe não leia o meu blog.

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Somente Adverso

Revendo os temas: doutrinas filosófico-religiosas, uma rápida comparação entre informática e medicina, um microdiário de viagem motociclística, putaria a gosto e um pouco de metalingüística. Agora um pouco mais. A menos que eu queira ser taxado de esquizofrênico, acho bom eu decidir por um tema central ou pelo menos algo que relacione esses devaneios. E a menos que eu queira ser taxado de esquizofrênico, naturalmente tem que ser a putaria.

Voz Americana: Eis Sonoro Sono

Sarcasmo e ironia são o novo zen. Eu poderia explicar, mas aí não seria muito zen de minha parte, já que mensagens zen têm que ser curtas, então explicar minha sabedoria seria altamente contraproducente. Como sempre é. Pronto, isso foi bem mais zen.

Mensagens zen têm que ser curtas e enigmáticas para provocar pensamentos profundos. Ou é isso que dizem. Na verdade elas são curtas para caberem nos biscoitos da sorte. Não que não se possa fazer um biscoito da sorte gigante, mas aí sairia caro. E seria algo bem enjoativo. Quem diabos compraria um senbei de um metro cúbico, pagando uns duzentos reais, pra poder ler uma tese de mestrado, uma metáfora detalhadamente explicada ou a Ilíada?

Hum... só um mestre zen, eu acho.

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Lei: Arroxar Pingüim

Migrei para o Linux. Mais ou menos por falta de opção, já que eu não tinha nenhum CD do Vista por perto e ando meio enjoado do XP. Se você não tem idéia do que eu estou falando, é porque não é nerd o suficiente. Mas eu explico.

Linux é um sistema operacional de computadores. Criado por Linus Pauling em 1888, o Linux originalmente era um sistema que reajustava molecularmente seu computador até ele virar uma poça plasmática de texto confuso e ininteligível. Suas linhas de comando, chamadas de "strings", eram tão grandes e complexas que só recentemente a física quântica formulou uma teoria meio maluca para a utilização delas, chamada de "string theory". O ponto negativo é que para que o sistema funcionasse com comandos simples e que fizessem sentido para um ser humano era preciso rodá-lo em um espaço de dez ou onze dimensões.

Isso foi corrigido na versão KDE 3.11, reformulada por Benjamin Linus para ser simples e amigável. O problema é que, em vez de ser programado em linguagem binaria, hexadecimal ou qualquer coisa do gênero, essa versão só aceitava comandos baseados na equação de Valenzetti ou na seqüência de Fibonacci, alternando a linguagem a ser aceita de modo aleatorio em intervalos de tempo imprevisíveis.

O sistema foi então mais simplificado por Linus Torvalds, que copiou o design gráfico de um sistema que copiava o design gráfico de um sistema esquisitinho que hoje é usado por gente "cool". O que quer dizer que agora o usuário pode ter a ilusão de que sabe o que está acontecendo porque mexe com uma setinha e não vê as linhas malucas se acumulando em todos os cantos da tela. Ainda é possível, contudo, observá-las olhando pelo buraco do drive de CD, bem lá no fundo da CPU. Se o seu coração for puro.

Pronto, agora você já pode dizer que sabe o que é Linux e ser taxado de nerd. Não que vá ser taxado de nerd só por dizer que conhece Linux, já que a outra pessoa também teria que saber do que você está falando, mas assim que começar a explicar o que é, aí sim. Exceto pelos "cool". Eles vão te chamar de "geek". Chute o saco deles, na ocasião, se aplicável.

E eu só mudei de sistema, aliás, porque meu computador pifou. Pifou de vez. Como eu não tenho grana nem paciência pra pagar um técnico que cobra cento e cinqüenta paus pra dizer que realmente pifou e que eu vou ter que trocar alguma coisa mas tenho uma bengala e muitos episódios de House, eu me coloquei a diagnosticar minha máquina. Tela azul, Windows levava meia hora pra abrir, não abria o explorer.exe, dava "imagem inválida" quando eu tentava puxar o taskmgr. Levei coisa de três horas pra decidir colocar meu computador na lista de transplante de HD. Que foi um sucesso. E fiquei matutando sobre como é basicamente a mesma coisa consertar um computador e uma pessoa.

Lógico que eu não me colocaria a tentar consertar uma pessoa. Mesmo porque se eu usasse os métodos que eu usei pra consertar meu computador, meu paciente estaria fodido. Eu tiraria um rim de cada vez como teste, aproveitaria para tirar uma poeirinha do coração, desconectaria nervos sem critério nenhum, tiraria o cérebro para fuçar, arrancaria algumas tripas pra liberar o acesso ao fígado, usaria um fêmur para coçar uma picada de pernilongo e esqueceria um parafuso solto dentro do maluco na hora de fechar. Quando estivesse remontado o cara talvez precisasse de um disco de boot.

Então não daria muito certo. Mas a mecânica por trás do negócio é a mesma. Hardware interagindo de forma maluca, software que geralmente é inconfiável e algumas baterias de testes inconclusivos. Mesmo assim médicos ainda são vistos como mais importantes. E isso tem alguns motivos interessantes. Fica bem mais barato comprar umas peças novas na Santa Ifigênia que órgãos no mercado negro, por exemplo. E se você queimar um pente de memória é só comprar outro, não tem processo por erro médico. Mas algumas coisas as pessoas não percebem. É verdade que às vezes é muito mais triste avisar ao usuário que o computador dele foi pro escambau. O cara pode chorar, espernear, gritar "mas é toda a minha vida!". E precisar de um médico. Já quando as pessoas morrem, tem um dia de velório e dali a pouco elas já estão de novo ao computador, deixando recadinhos no Orkut do presunto. Outra desvantagem é não poder se divertir ao dar a má notícia. "Ih, seu computador foi pro brejo, rapá" é uma coisa normal, até. Já dizer "Ih, sua mãe foi pro brejo, rapá" é um benefício exclusivo da área médica.

Além disso, veja bem: medicina é um curso de seis anos. Mais uns dois ou três de especialização. informática tem cursos de cinco anos para hardware e mais cinco para software. Façam as contas, o cara que mexe com seu computador é muito mais competente no que faz do que o cara que mexe com você. E ele pode criar verdadeiros Frankesteins com peças diversas. Eu mesmo sou um leigo e realizei o equivalente a um transplante de cérebro. Coisa que muito médico formado não faz.

domingo, 9 de setembro de 2007

Teu Abominável Mote: Uso Motos

Volta e meia eu tomo uns tombos. E me estrepo inteiro. Porque eu sou um motoqueiro malvado. Já viu um cara carrancudo numa moto grande, com o corpo coberto por couro e um capacete que parece um penico, portando um bigodão cheio e com cara de quem talvez te degole num ataque de fúria se a cerveja dele não estiver gelada o suficiente? É a versão clássica, que já caiu em desuso. O moderno é um cara carrancudo numa moto pequena, com o corpo coberto por uma capa de chuva e um capacete que parece ter sido usado como penico, portando um bigodinho de cobrador e com cara de quem talvez arranque seu espelhinho num ataque de pressa se a pizza dele não estiver quente o suficiente.

Só pra explicar rapidamente: o cara que compra uma Harley hoje está querendo imitar o cara que tinha uma Harley lá pelas décadas de 50 e 60. Então gasta uma puta grana numa moto cara e cheia de triquetriques como freios abs e mp3 player, faz seguro e sai viajando pelas cidades cheio de acessórios bonitinhos. Só que o harleiro que a gente vê nos filmes só usava Harley porque era uma moto barata. Aliás só usava moto porque era a coisa mais barata e fácil de manter rodando. O verdadeiro espírito da Harley Davidson hoje vive nos motoboys de CG, que andam por aí arrebentando a moto, pouco se fodendo pra todo mundo e (essa parte é ralmente importante) fazendo uma gambiarra atrás da outra pra manter aquela pilha de metal fedido a funcionar. Se fosse feito um filme sobre motoqueiros de Harley hoje, aliás, as grandes aventuras desses jovens da melhor idade seriam batalhas verbais com o mecânico inescrupuloso de uma concessionária vampiresca. E talvez um final trágico quando ele usasse um celular para sabotar os marcapassos dos nossos heróis.

Bom, dane-se. Eu vou falar de motos. Só um pouquinho. Porque eu fui para praia no feriado com uma motoquinha e foi uma viagem alucinante, a começar pelo trânsito nada convidativo. Resolvi seguir sem pressa, a uns 80km/h, numa toada tranqüila para privilegiar minha integridade física. Deu certo o plano, mas minha integridade mental foi para o diabo graças aos espelhinhos que insistiam em tentar lamber meus dedos. É legal pegar estrada com os domingueiros. Lembra muito River Raid, mas com inimigos novos. O boyzinho distraído, o velhote caquético, o pai de família que está gritando com o Joãozinho, o vendedor ambulante que, mesmo tendo sido quase atropelado por vinte motos no último minuto, ainda não entendeu que elas trafegam entre os carros, o tiozinho cruzando a estrada com uma bicicleta nas costas (no nível hard ele sai de trás de um ônibus), motoqueiros malucos que não deduziram que existem outros motoqueiros malucos na estrada etc. Eu gosto especialmente de dois extremos: os apressados e os tartarugas. Os apressados são os motoboys, eu acho. Eles têm aceleradores binários nas motos: é "on" ou "off", "on" sendo a posição mais assustadoramente aberta do venturi (tô chamando de pé-de-chumbo de um jeito meio baitola). Já os tartarugas são os cabaços que acham que andar a 20km/h vai compensar a hilária falta de habilidade deles. Esses são os maiores grupos de risco e vários exemplares ficam sendo exibidos ao longo do asfalto para quebrar a monotonia da viagem. Eu contei cinco.

Motoqueiro morto na estrada é muito legal, aliás. A polícia cobre o corpo com uma lona e depois pára todo mundo pra tirar as motos e os corpos. Detalhe interessante a ser notado é que quando a moto está inteira, o corpo está destruído. Se o corpo estiver inteiro, a moto estará destruída. Acho que quanto mais difícil e urgente for, pro cara, consertar a moto depois da batida, mais chances ele tem de sobreviver. Bom, enquanto os presuntos são removidos, vários outros porcos já chegaram ao lugar e ficam acelerando, impacientes. Assim que o policial libera a passagem do povo, sai o maior bando de motoqueiros que eu já vi na minha vida. Umas sessenta motos saem correndo bem à frente dos carros e só se vê motoquinhas na estrada. Nunca me senti tão quentinho por dentro, à exceção da vez em que enfiaram arame incandescente na minha uretra. Mas isso passa rápido, em três minutos a estrada já é corredores de novo, com os mesmos personagens de sempre.

O que começou a ficar perigoso quando eu comecei a ouvir músicas mais lentas. Algumas davam uma vontade quase irresistível de fechar os olhos, acelerar e sentir a sensação gostosa de dormência enquanto o chão e os carros te transformam num cara mais flexível. Some isso ao vento gelado que toma conta quando você está descendo a serra e você tem uma combinação perigosa. Porque o medo, o pavor mesmo, gela o saco. Se ele já estiver bem gelado, você nem sabe mais quando está temendo pela vida. A parte boa é que até a galera dos 20km/h parece ter criado colhões. Na verdade eles estão só dormentes. E doloridos, por causa da combinação do vento e de um banco ligeiramente mais desconfortável que uma cadeira da Brahma bamba e sem encosto. Isso muda quando se entra no túnel.

Pra que você entenda bem a experiência do túnel, caso não tenha experiência em mecânica, vamos comparar seu corpo a uma moto. Imagine que seu corpo é um pouco mais leve. E movido por um motor OHC monocilíndrico de 125cc refigerado a ar. Viu que bosta? De repente, fodeu de vez. O túnel é a verdadeira Casa Maluca da rodovia. O chão está inclinado e você não sabe porque não tem referências confiáveis, então só percebe que começa a andar cada vez mais rápido e na diagonal. Por causa da entrada contínua de carros no túnel alguns trechos têm ventos equivalentes a três doses de cachaça, te deixando bem bambo. E o funk pancadão do carro pelo qual você passa te dá sustos incomensuráveis graças ao filho da puta do Doppler. Ah, o túnel é quente. Bem quente. O que faz com que você perceba que o seu saco gelado está te avisando que VOCÊ VAI MORRER! E se essa opinião conflitar com a do cérebro, vá pelo saco. Não coincidentemente dois dos motoqueiros mortos estavam nesse túnel gostoso.

De qualquer forma, quatrocentos quilômetros depois eu estava em casa, feliz da vida e oferecendo minha alma por uma massagem e um balde de gelo para a minha bunda.

sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Agir Profano

Pornografia. A força motriz da internet. A força motriz do mundo. Na verdade, são três as forças. A putaria, o medo e a preguiça, sendo que a última age como o atrito, evitando qualquer tipo de movimento.

Isso é facilmente observável na sua vida cotidiana, especialmente se você for homem. Você só trabalha, ganha dinheiro, compra um carro legal e roupas bacanas para conseguir ser melhor visto pelas mulheres, conseguindo putaria de modo mais prático e rápido. A frase "se um homem pudesse trepar em uma caixa de papelão ele jamais compraria uma casa"(1), que eu teria como slogan da minha imobiliária, é bastante verdadeira. Não que não seja possível engajar-se em intercursos sexuais em um caixote, mas certamente é mais difícil que em uma casa com uma cama. Especialmente se seu parceiro(a) não for de borracha. Quer dizer... na maioria dos casos é mais difícil. Em alguns pode até ser mais fácil, e eu não sei se isso é porque tem gente muito louca no mundo ou se o mundo é que é muito louco e os normais se sentem mais inclinados a proceder com os rituais procriativos em recipientes recicláveis. É bem verdade que, dependendo do grau de idiotice do casal, as informações "frágil"(2), "este lado para cima"(3) e "14" cable ready"(4) podem vir a calhar.

A outra grande força que move nosso comportamento é o medo. Pra ser mais preciso, medo de perder acesso à putaria, o que já nos aproxima de uma teoria comportamental do tudo. Chupa, Stephen Hawking. Seguinte: a gente tem medo de perder status, bens, posição social, amigos etc. porque são nossos passaportes para a putaria. O presidente da Nike come mais tailandesas que o vice-presidente, por exemplo. Ou talvez não coma, mas, se quiser, sabe que pode. Da mesma forma que o maitre de um restaurante come mais menininhas que o garçom. Que o caixa da loja de conveniência come mais baianinhas que o frentista do posto. Que o pai de família come mais as filhas que o irmão mais velho delas. E talvez coma o irmão mais velho também, só de sacanagem. Procedimento que, aliás, deve ser retroativamente aplicado aos exemplos anteriores. E é por essas e outras que, na escala social, o presidente da república sempre vai desejar ser um cantor de pagode ou jogador de futebol.

Não fosse por isso, ficaríamos parados e mofaríamos. Veja os bois, por exemplo. Não comem ninguém. Sabem que não vão comer ninguém. Então tiram o dia pra comer capim. Nem medo eles chegam a sentir, já que não têm bolas, mesmo. De onde se deduz que há dois caminhos para a felicidade: uma sociedade hippie, igualitária, em que ninguém é de ninguém e todo mundo tem direito legalmente garantido de foder com quem quiser e quando quiser (salvo o período de sono, senão vira putaria). Ou cortar fora as bolas. Mas isso deve ser feito logo quando a criança nascer ou, se possível, até antes, porque com o tempo os seres humanos rapidamente criam bolas-reserva, psicológicas, e aí já cagou o esquema todo. Parece a saída mais fácil, até, por dois motivos: na sociedade perfeita que eu descrevi ninguém ia querer trabalhar, só trepar, já que é fácil. Só pararíamos para comer (comida, mesmo), e puramente por medo de, se não comermos, morrermos e não podermos mais foder-nos. E é lógico que as mulheres mais atraentemente tesudas seriam mais disputadas e teriam muitos pretendentes/dia, uma demanda que não pode ser atendida por limitações temporais. Existe a idéia de um tipo de caixa rápido para ejaculadores precoces, mas nem isso evitaria a selvageria. Por medo de não poder comer quem quer quando quer pelo excesso de contingente, mata-se a maior parte do contingente. Complexo esse negócio de montar sociedades.

A escada rolante, assim, é uma das melhores invenções do mundo. Ela dá asas à nossa preguiça, para que possamos não voar com elas, apenas ficarmos parados enquanto a escada nos eleva. De modo justo o cara que a inventou deve ter comido várias. Posso parecer machista, aliás, com essa tese toda, mas a maior prova de que essa tese é verdade é o fato de os grandes inventores, diretores de empresa etc. serem homens. As mulheres não precisam trabalhar por porra nenhuma (literal e metaforicamente), os homens trabalham por elas (de novo, literal e metaforicamente, a menos que você pense que eu ainda estou falando das porras - é das mulheres, preste atenção*). O feminismo, então seria a natural decadência da sociedade. As mulheres não enxergam esse quadro geral, os homens também não e pronto, fim da civilização ocidental porque um monte de vagabundas burras (e burros, também, lógico, não sou sexista) começou a confundir as coisas. Ei, normal. Aliás, voltando à escada rolante, aí tem também o motivo do cara que inventou o elevador ter comido mais bundinhas - a idéia é a mesma, mas o elevador leva menos gente em viagens fixas, tem demora, atrasos, manutenção mais complicada e maior risco de acidentes. Então por que faz mais sucesso? Porque não se pode dar uma rapidinha na escada rolante. Não sem ser mal visto, lógico. Eu falaria do elevador panorâmico, mas seria complexo. Escada rolante e elevador tradicionais são física clássica, o panorâmico é quântica. Talvez eu tivesse que demonstrar a maior sexualidade dele por equações, o que além de ser estafante e ir contra a minha preguiça, me faria parecer nerd e nerds comem menos gente. Então eu tenho medo.

E eu já me alonguei demais nesse tema. Na realidade ele merece muito mais espaço, porque as pessoas ainda têm aquelas imagens estúpidas de Ego, Superego, Id e um monte de besteiras que, na verdade, são basicamente a mesma teoria. Freud mascarou só pra não ser chamado de putanheiro e poder comer aquela gostosinha da livraria. A idéia não era nem falar disso, era prosseguir com a minha tentativa de arrebanhar visitas e sucesso. Eu estou tentando! Tive essa idéia depois de ver o que acontce quando se procura por músicas de Wet Wet Wet na internet. Ou Buddy Guy, surpreendentemente. Que é algo que as gravadoras ainda não descobriram. Se todas as bandas se chamassem "Penis", "Golden Shower" ou "Pussy" e tivessem músicas como "Hardcore XXX", "16yo Boy" ou "Dildo Humping", nenhum ser deste mundo conseguiria achar uma música sequer nos programas peer-to-peer como Kazaa ou eMule em meio a tanta putaria que viria nos resultados. Nada supera o poder da putaria, e essa foi a razão de eu ter perdido meu tempo e explicado para vocês como a coisa funciona. Não que eu não pudesse só ter citado "número dois: se tirassem pornografia na internet só sobraria um site: tragam de volta a pornografia"(5), mas achei melhor fazer uma análise mais detalhada para os mais bobinhos. Porque só os mais bobinhos precisam de grandes explicações, os espertos resumem as coisas. Por isso as universidades só trabalham com material bastante extenso e pedem muitas páginas de produção. Mas esse é outro tema. Agora eu vou tornar meu blog famoso no parágrafo seguinte. Não precisam ler, não tem nada de excepcional. Nem muito lógico.

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*por motivos óbvios eu não quis dizer "falo das mulheres". Já estou confundindo demais os leitores babacas e, assim, nunca vou fazer sucesso.

1 - www.intellectualwhores.com
2 - caixa
3 - mesma caixa
4 - outra caixa
5 - Scrubs

quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Gema, Satanás Gordo

Gosto de anagramas. Quase tanto quanto gosto de palavras cruzadas, criptogramas e qualquer coisa que venha num Coquetel. Digo isso logo de cara para justificar o nome babaca do blog e, a menos que eu mude de idéia, os títulos das postagens. Lógico que eu sou daquele tipo que só faz os mais fáceis e depois de cinco minutos abandona a brincadeira para fazer algo mais divertido, tipo enfiar o dedo no nariz (um passatempo, aliás, injustiçado e subestimado), então eu ignoro todo o romance envolvido em criar anagramas e toda aquela mágica de penetrar surdamente no mundo das letras e uso isto aqui. Muito divertido se você for o tipo de idiota que acha muito legal saber que "Shiny Happy People" é um anagrama de "Sloppy Epiphany, Eh?". Outras coisas legais são "Great Wisdom" e "Writes Dogma", por exemplo. Eu, particularmente, me sinto tentado a fundamentar monografias com base em anagramas. A fazer um blog sobre anagramas. A dar um tiro na cabeça, também, porque quando você se diverte muito com uma droga de ferramenta dessas é porque tem alguma coisa muto errada com a sua cabeça. E eu me divirto bastante. A propósito, anagramas em Inglês são infinitamente mais fáceis de serem formados que em Português. Uma maior gama de palavras menores, possivelmente. Consoantes duplicadas. Mais letras no alfabeto. E um defeito na porcaria do programa que confunde uma vogal acentuada com uma consoante. Levei muito tempo pra ver que "Hsquei" era "Hóquei" e "Avt" era "Avô", não algum tipo de acidente vascular transgênico.

E eu realmente gostaria de perpassar toda a problemática do post inaugural clichê que se esforça para inferiorizar o blog, dizendo que ele não tem um assunto legal, que provavelmente não terá leitores etc. na esperança de que alguém realmente leia aquilo e fique sensibilizado pela modéstia ou, caso ninguém leia, como já é de se esperar, dado o enorme número de blogs sem substância, tal qual este que vos é lido por*, já haja uma explicação prévia, o que aparentemente exime as pessoas do fracasso pela alegação de falta de uma tentativa empenhada. Frase grande. Confusa. Legal. Gosto de frases grandes. Não tanto das confusas.

Toot, aliás, para os ignorantes (mais ou menos como eu, há seis ou sete minutos), é um bando de coisas. Todas servem para o título, especialmente porque se trata de um "título de arte", que é, em teoria, altamente aberto a interpretações, sendo a do autor por vezes de difícil compreensão. Na prática, todo mundo sabe que quer dizer que é uma merda. Pelo tom previsto das mensagens, qualquer um dos significados a seguir serve, embora eu só tenha considerado dois, inicialmente:

1. A blast, as of a horn.
2. Slang A drinking binge.
3. Slang Cocaine, especially a small amount snorted at one time.
4. To bounce your butt up and down during sexual intercourse.
5. Slang Fart.

De certos pontos de vista, os que eu não cogitei se encaixam melhor. Agora eu quero que meu blog seja um sucesso mundial só por isso. Pronto, sem a desculpa: se este blog não for um sucesso, mesmo com um título tão inacreditavelmente legal, eu sou um fracasso como ser humano. Se eu estou apostando meu senso de humanidade na popularização de um anagrama gerado por um programa safado, é claro que eu já sou um fracasso, mas a experiência vale por ser algo como ver um filme que você já viu muitas vezes quando pequeno, na Sessão da Tarde. Meio nostálgico, sabe? Por mais que você saiba como vai terminar. Aliás, exemplo bom, porque quando você se pega vendo um filme que já viu muitas vezes quando pequeno, na Sessão da Tarde, também percebe o fracasso que é. Especialmente se for um filme com macacos.

*não enche