quarta-feira, 28 de abril de 2010

Ai, Enredo Rijo! (4)

Onde é que nós paramos, meus queridos? Ah, sim. Dredd indo preso e o velho pondo uma roupinha jedi e sendo exilado com honras. Enquanto isso, a Gostosinha fuça o armário do SS e acha umas fotos. Dele como bebê, com uma família, e dele com um amiguinho, como cadete. Corta pro Juiz Griffin. Pensando bem, corta pra uma explicação de quem é quem, porque os nomes que eu fui dando às pessoas estão me confundindo e eu não sei quem é quem.

Dredd/Sylvester Stallone: Maníaco psicopata, burro e personagem principal;
Hershey: Juíza gostosinha;
Fargo: Juiz velho exilado que foi como um padre para o Jovem Dredd;
Ferguson: O palhacinho interpretado pelo Rob Schneider;
Griffin: Juiz que pediu pro Fargo ser exilado e vai se encontrar com o vilão na próxima cena, revelando sua malvadeza;
Rico: O Vilão. Parece mais são que o resto dos personagens. Louco de pedra;
Rex: Robozão do Rico;
Scruffy: O zelador.

Bom, por enquanto é isso aí. Griffin volta pra sua sala e é surpreendido por Rico e Rex. Rola um papinho sobre como ele quer jogar a cidade no caos pra poder dar mais poder aos juízes. Mais? Talvez um transporte adequado ou armaduras decentes, quem sabe? Isso ajudaria. Bom, a função do Rico é criar esse caos. O que me parece meio bobo, dado que tem prédios de apartamentos cheios de gente atirando uns nos outros com lança-granadas e aquela munição esquisita feita pra só funcionar à queima-roupa. Se durante esse cenário eles não estão dando mais poder ao governo, é porque eu acho que não vão fazer isso, não. Mas tenta aí, vai que dá certo. A maioria do que deu certo até agora eu não achei nem remotamente plausível, mesmo, então uma boa dica pra gente do seu mundo seria perguntar a gente do meu mundo a respeito dos seus planos e inverter a resposta.

Prosseguindo, Dredd está no ônibus penitenciário. Ao lado do insuportável Ferguson. Rola um diálogo insípido no qual Rob se defende e Sly diz que a lei não comete erros, mas que foi injustamente condenado. Bããã, Dredd. Até o retadado do Schneider, que achou que Zohan fosse um bom filme pra se fazer, sabe que você está falando merda. O papinho revela a alguns outros passageiros criminosos que aquele mongolóide é, de fato, o Dredd, e eles respondem a essa informação como qualquer um de nós faria: puxando facas e se preparando para o assassinato. Assim eles podem evitar os próximos cinqüenta sofridos minutos de filme entediante.

Um dos prisioneiros se solta da cadeira e tenta passar a faca pelo pescoço do Stallone. Ele fracassa, e ainda leva um soco de execução muito improvável vindo de quem está preso pelos ombros em uma cadeira e sendo atacado pelas costas. Dredd deve ser tipo o Dhalsim. E, antes que ele possa se virar e soltar um Macumba Fire, um retardado (eu sei que quase todos os personagens do filme levam essa descrição, mas esse tem aquela voz engraçada e tudo, então deve ser mais) atira um míssil no ônibus e manda a coisa toda ao chão. Enquanto coisas aleatórias do cenário explodem, um guarda de desequilibra, cai no chão e acidentalmente fuzila os dois pilotos (provavelmente seus amigos Larry e Curly). Nisso, testemunhando o abate, um velhote doidão, ao lado do retardado do míssil, cita baboseira religiosa.

Gostosinha manda o computador pesquisar a identidade do amiguinho do Dredd que aparecia na foto. É o Rico, minha filha. É o cara que você viu no vídeo do assassinato. Olha a mesma cara bolachuda aí. Porra!

Dredd acorda, pendurado pelas mãos em uma viga. Vem uma galerinha muito feia e vê quem é que eles pegaram. Aparentemente são piratas ou coisa assim. Ferguson se finge de crente para não ser assassinado, o que não dá certo. Ei, eu ia só me referir às piadinhas dele como "piada #5" e coisas do tipo, certo? Mas eu tenho um problema: eu não sei quando o que ele diz é piada, porque nada tem graça. Ele é o personagem cômico, eu sei disso, mas não consigo entender o porquê. O comportamento dele é, na verdade, bem menos engraçado que os dos outros.

Voltando, Dredd livra uma mão das cordas que o aprisiona e desvia de uma cabeçada mortal. Cabeçada essa desferida com um cara que tem como braço uma quantidade ridiculamente excessiva de lâminas. Se eu te dou um conjunto de facas e te digo pra matar um cara, você escolhe usar uma cabeçada? Bom, ele escolheu e acabou acertando a viga de madeira onde o Dredd estava amarrado, o que o deixa livre pra matar a galera, pelo menos até uns policiais chegarem procurando por ele e atirando com metralhadoras. Ah, peraí, ele continua matando depois disso, policiais inclusos. Cadê aquela porra de "eu sou a lei", cacete? Antes você era um policial psicopata, agora é só um criminoso psicopata. Duvido que você vá se prender ao fim do filme, seu hipócrita. Pela segunda vez no filme, ele vai papear antes de verificar se está todo mundo devidamente morto e tem que ser salvo pelo velho. Nós temos um momento tocante no qual os dois dizem "juntos de novo", contentes. E aí nós vemos quem treinou Dredd na arte de não prestar atenção, porque Fargo é empalado pelo Mach 3.

Dr. Ray, seu paciente está causando problemas de novo.

Por algum motivo surpreso com o fato de um homem, cuja cabeça indestrutível apenas tinha batido numa tora de madeira já há algum tempo, matar o inimigo desguarnecido à sua frente, Dredd grita e parte para cima do El Guapo. Então seu oponente - que só tem um braço - oferece a ele três golpes. Dredd tenta, sem nenhum traço de criatividade, finta ou estratégia, golpear o mesmo lugar metálico três vezes. Ao fracassar, simplesmente desvia de uma tentativa de facada que acerta mais uma daquelas vigas de madeira. Parece ser o único jeito de vencer esse cara e funciona consistentemente, o que me faz acreditar que ele acabou de sair de um Master System e ainda não repensou suas táticas. Enquanto o brutamontes metálico está preso à viga que acertou, nosso protagonista o eletrocuta citando uma acusação humorística do código penal. Pra ser específico, ele diz "uso ilegal de eletricidade da cidade". Bom, eles não estão mais na cidade, se eletrocutar não deve ser ilegal e quem está a conduzir o processo é o próprio Dredd. Então são três erros numa acusação, seu animal. Quatro, se contar o uso de papinho furado antes de executar o nego que podia se livrar dali a qualquer momento e arrancar suas tripas como se você fosse uma tainha e ele, um pescador cibernático. É legal bancar o despreocupado com seu oponente, mas a sorte não dura pra sempre. Nem o seu estoque de vigas de madeira.

sábado, 10 de abril de 2010

Ai, Enredo Rijo! (3)

Estamos na academia, onde Dredd está mostrando aos cadetes os equipamentos de Juiz. E também que a vida é uma merda e que os técnicos de manutenção de motos voadoras do governo são umas porcarias. Aliás as vidas dele parece que são mais escrotas que o normal, porque aparentemente o plano de aposentadoria de um Juiz é pegar uma metralhadora e uma cópia do código penal e sair da mega cidade, para "levar a lei aos que não têm lei", o que parece um plano horrível. É que mandar um cara pra fora da civilização pra levar a lei não faz nenhum sentido. Em primeiro lugar, é uma atitude imperialista asqueirosa, expandir suas crenças e costumes, à força, a outros povos. Em segundo, é impossível. Como diabos você vai aplicar a porra da lei numa terra selvagem? Você pega um ladrão de calcinhas e a pena prevista para ele é de um ano de cadeia. Onde você joga esse infeliz? Opa. Ninguém pensou nisso? Bom, quando você tem uma metralhadora, o que você pode fazer é fuzilar pessoas. Então a idéia é basicamente essa, mesmo. Sair num safári homicida durante os seus anos dourados. E o que a sociedade enclausurada na metrópole ganha com isso? Só uma isenção de pagar o FGTS pra juizada? Puta merda, galera, pensa aí no que vocês estão fazendo. Ah, fodam-se. Corta pro chuveiro (misto!!!). A Juíza Hershey chega pro Dredd e comenta "ei, eu vi sua palestra, blá blá blá, nós temos que ter sempre um alguém (quero dar pra você)". Em resposta, Dredd diz que não tem dessa palhaçada. Diz que teve um amigo uma vez, e que acabou por julgá-lo. Mas não comenta se julgou culpado ou inocente porque não sabe contar histórias direito. Ou, vai ver, esse é o suspense principal do filme. Nota importante: durante o discrusinho pros cadetes, nosso chapa Silvestrão disse que a arma dos Juízes tem 25 balas. Devem ser balas mágicas, pra se transformarem no que você quiser. E eu tenho certeza de que ele usou bem mais de 25 naquele primeiro confronto, mas não vou criar caso por isso.

Sério que ninguém vê falha nessa armadura? Estou vendo um pedacinho de manequim exposto.

Rico vai saindo de uma nave de transporte de lixo, disfarçado de cadáver. Ele consegue dar um tiro de laser em um cara mesmo estando coberto por um saco preto, o que é impressionante. Mais impresionante é ninguém ter visto esse assassinato nem ele saindo de lá, mas logo ele vai às ruas, chega numa loja de penhores e pede pela encomenda dele. É uma daquelas armas de 25 balas, que ele usa pra abrir uma terceira narina no atendente da loja. Ele também, por acaso, encontra um robô de guerra. E o ativa com uma ligação direta. Sério, ele abre a cabeça do bicho, cruza dois fiozinhos, sai faísca, sai fumaça e pronto. Ele já tem um robô assassino que parece um T-800 que andou exagerando nas panquecas. Pelo menos ele parece durão e vai dar uma briga boa. Eu espero o Stallone e mais uma caralhada de juízes destruindo metade da cidade pra desativar essa coisa. Vai ser legal.

Chupa, Schwarzenegger.

Um repórter está em seu apartamento comentando com uma velha que o "câncer da opressão vai além dos Juízes" e que ele pretende dizer isso na TV. Ouve-se um barulho e eu já imagino que, como todo personagem minimamente coerente, esse aí vai tomar uns tecos. Um Juiz aparece na porta, apoonta sua arma para o cara, que levanta e diz "Dredd!". E é prontamente fuzilado, junto com sua coroquinha. Ao que o assassino vai embora, só resta uma pergunta em nossas cabeças: por que diabos ele disse "Dredd" e quem era aquele Juiz gordo? É, é uma pergunta só, porque só tem um ponto de interrogação. Vê?

A câmera engorda uns quinze quilos, é isso?

Sabe lá deus quem era, mas a câmera de vigilância pegou tudo e saem pra prender o Juiz José "Boquinha" Dredd. Que, aliás, é pego jogando granadas em carros de cidadãos que têm problemas com balizas. Boa, seu corno. O sistema de educação de trânsito é deficitário e você começa a atirar granadas nos carros das pessoas por isso? E quem guincha aquele monte de fogo, agora? Já pensou que você podia ter machucado muita gente com isso? Por que não levou o carro pro governo leiloar e ganhar uma graninha, pelo menos pra poder comprar mais dessas granadas que você joga por aí feito confete? Sinceramente, eu estou feliz que você esteja indo preso. Devia rolar uma festinha.

Então o Juiz velho (lembra? Aquele que bateu um papinho com o Dredd no que parece ter sido cinco anos de filme atrás.) vai visitar o Juiz sanguinário na prisão e o Zé diz que quer ser representado no tribunal pela gostosinha. Tribunal? Peraí. Esses caras não são juízes, júris, executores, pizzaiolos etc? Por que haveria de haver um tribunal? Mas há. E lá rola um bate-boca com a promotoria sobre a utilização do vídeo, porque qualquer um poderia ter falsificado aquilo digitalmente. O que é uma defesa bizarra, porque é o vídeo que prova que não foi o Dredd. A defesa devia ter começado com "ei, meu cliente não é esse rotundo!". No fim, o vídeo é determinado inválido e passam pra segunda evidência. Aparentemente a pistola dos Juízes marca cada bala com o DNA do Juiz que atirou. Que beleza. E como fazem com as granadas?

Repare no rosto não bolachudo que caracteriza o produto genuíno.

Bom, de qualquer forma, o DNA das balas que foram tiradas do jornalista eram do Dredd. Surpreendentemente, mesmo ele esperneando, dando um piti e urrando que as provas são todas falsas, ele é considerado culpado. Sério, é estranho que não acreditem num cara que fica dizendo pra advogada "acredita em mim, você tem que acreditar em mim! Fala que acredita! Fala!". Chiliques soam sempre tão confiáveis. Enquanto os Juízes fodões - um velho e um menos velho - estão pensando na sentença e tudo mais, eles falam que quando matarem Dredd, vão descobrir sobre um projeto Janus. O menos velho diz que enterraram tudo relativo ao projeto, que ninguém ia saber. O velho diz que a mídia sabe quão próximo ele é do Dredd e que vão fuçar até descobrirem. Sim, mas e daí? Desde quando proximidade entre colegas de profissão é motivo pra mídia conduzir uma reportagem investigativa? O projeto Janus era algum projeto de enrabar cadetes? E por que a morte de um cara é relevante ou não pra mídia fuçar sobre o projeto? De qualquer forma, o menos velho diz que um jeito de não matarem o Dredd é o velho se aposentar, porque assim ele tem direito um pedido. Eu pediria um Big Mac pra viagem, mas ele pede pra, em vez de matarem o réu, sustentarem sua vida miserável num presído onde ele vai ter dor e sofrimento por longos anos. Valeu, velho. Um doce, você. Põe essa capinha, pega sua arma e seu livrinho e sai fora desse filme.

Ah, mais uns detalhezinhos. Nessa cena do tribunal, o velho menciona que a lei só prevê uma punição pra assassinato: morte. Mas, ao final de tudo, depois de pedir pra trancafiarem o Dredd, o menos velho termina dizendo "a sentença será prisão perpétura na colônia presidiária de Aspen... como está escrito!" e ergue o código penal. Mas não é isso que está escrito. Está escrito "pena de morte". Porra, que nego incompetente. O velho tinha acabdo de soprar a resposta. A gostosinha ainda protesta que o julgamento foi uma farsa. Minha filha, tinha DNA do cara nas balas. Uma farsa foi a sua tentativa de defesa, descartando o vídeo do gordo. Era sua única chance. Porra. E quando o Dredd vai preso, deixam ele só com roupas de baixo, o que poupa esforço do futuro companheiro de cela.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Desmascarar Pinga Nos Gene

Respondendo à galera que chega em casa de madrugada, bêbada, e vai fazer buscas no Google:

se não fosse o van damme quem seria o guile
Steve Buscemi.

dedada da morte
Temos duas opções aqui. O toque da morte do Kung-Fu, o Dim-Mak, personificado no Van Damme em Bloodsport, ou o sexual, personificado pelo meu amigo Pedro quando ele foi com a namorada pra Uberaba. Por favor esclareça de qual você está falando para que eu possa postar aqui o vídeo relevante.

eu vou chupa seu pirulito agora
Você está dizendo isso pro Google ou pra mim? Ou é uma frase de alguém famoso? Sentido conotativo ou denotativo? Seja como for, eu apóio.

leitia
?

o que e bom pus no bumbum do gato
Que bom. Seu gato deve estar muito satisfeito por você ser criterioso com os objetos que usa para violá-lo analmente.

posso colocar grampos em cheque?
Pode. Mas a galera da compensação vai ficar puta da vida contigo, porque eles têm que tirar. Então coloca uns dez.

estou andando com meu carro e derepente ele pare como se tivesse acabado o combustivel
Pode ter acabado o combustível. Verifique o ponteiro medidor.

meninas aspergers cagando
Eu tenho várias fotos e vídeos a respeito. Me mande um e-mail dizendo bem especificamente o que você quer e eu posto aqui ou te mando. Meu endereço é dep.albertogoldman@camara.gov.br

musica de encher o cu
Sim, senhor. Procure por "Do Mastigativo ao Defecativo", do Falcão. Chega quase ao ponto de esvaziar.

porque satanas o opera atraves de filme erotico
Deve ser porque eu não paro de ver putaria. Ele não tem muita escolha.

xana tem mais gordura deixando mais apertada
Boa, garoto! Excelente maneira de tentar ver o lado positivo das coisas. Ou desculpa para catar gordas.

com os dois a esfregar, é sempre a poupar.
Isso é tipo charadinha? A resposta é "desconto em puteiro"?

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Ai, Enredo Rijo! (2)

Ok, antes de posseguir, como diria o Batman: "e-pe-pe-pe-peraí, eu esqueci uma coisa". O Juiz semi-figurante covardão (o nome dele é Briscoe) diz "bom tiro, senhor" quando o Dredd atira com uma granada na porta. Dã. É uma porta. Um alvo imóvel. Dredd é um Juiz lendário. Usando uma granada. A idiotia do comentário é comparável a congratular o Gustavo Borges por conseguir acertar a água ao mergulhar. Pronto, podemos voltar à narrativa.

Então Dredd entra no prédio e a gente vê os bandidões atirando e dizendo coisas que denotam diversão. Quando eu preciso me retratar pelas críticas injustas que fiz à arma dos Juízes. Claramente eu não imaginei corretamente o zeigeist do mundo em que eles operam. Em primeiro lugar, um ataque surpresa está fora de questão. Dredd serra - à base de balas - um pedaço do teto e cai, do andar de cima, perto dos bandidos, que só têm tempo de gritar "DREDD!" antes de serem metralhados. Então nota-se que, numa cultura onde seu mecanismo de defesa principal é gritar alguma coisa, mesmo quando segurando armas cheias de munição antitanque de pronta e fácil ativação digital, a idéia é fazer com que sua voz ative o dispositivo. Curioso como três homens tiveram coisa de mais de um segundo para puxarem o gatilho, tempo demais quando se está perfeitamente preparado e orientado para um ataque pra lá de telegrafado, e ainda morreram. Os outros Juízes chegam correndo e Dredd diz que o quarto foi pacificado. Eles devem ser uns merdas se o Rocky teve tempo de ganhar um andar de vantagem, quebrar o chão e brincar de Candelária antes de eles chegarem. Vai ver ele pegou o elevador. Empolgado, Briscoe diz "ei, o próximo [quarto] é meu". Então ele sai correndo, abre a porta, grita "vocês estão presos" e morre com um tiro no estômago.

Nada disso me surpreende por cinco motivos: 1) o cara estava contrariando o Stallone; 2) não aparece nos créditos iniciais; 3) ele deu um conselho coerente no começo do filme e isso não poderia ser perdoado; 4) ele usou o procedimento policial correto em vez de fuzilar todo mundo de cara e 5) a armadura dele só protege os ombros. O último item é um dos mais curiosos. Toda armadura dos Juízes parece ter sido feita para sustentar ataques vindos de cima. São ombreiras enormes e um capacete auxiliados por nenhuma proteção toráxica. Se o treinamento deles envolve não buscar cobertura quando alvejados de um prédio, eu entendo parcialmente, mas um colete não seria uma adição legal? Ou a forma de ataque padrão dos Juízes é bancar um aríete e sair dando cabeçadas nos oponentes? Eu não sei. Fico confuso. Bom, ele cai, morre, e o Dredd fuzila a galera direito, usando tiros dos mais absurdos em concepção, como um tiro duplo que sai de uma arma que só tem um cano. Os oponentes ficarem parados nos mesmos lugar e posição enquanto ele reconfigura verbalmente a arma, entre os disparos, ajuda bastante. Sobra vivo só o sr. "se-for-ter-medo-que-seja-de-mim" e Dredd decide que é hora do discursinho.

Ele segue dizendo a pena para as várias infrações que o cara cometeu. É brevemente interrompido por um outro cara semi-vivo que tenta atirar nele pelas costas, mas é salvo pela gostosinha, a Juíza Hershey. Eu vou até ignorar a imbecilidade do Dredd de ficar andando e falando antes de verificar se ainda havia ameaças no quarto e protestar fortemente pelo nome da gostosinha. Se for pra dar a ela um nome de chocolate, pelo menos tenham a decência de contratar a Halle Berry para interpretação. Não que não exista chocolate branco, mas... ah, seria muito legal a mulher-gato nesse filme e pronto. Voltando: Dredd termina o discursinho e diz que a pena por ter matado o Briscoe é a morte. E atira no nego. Porra, Dredd, você nem sabe se foi ele que matou. Pode ter sido um outro nego jaz defunto. E se você ia matar logo o filho da puta, por que fez discursinho? Você matou já seis outros que não mereciam pena de morte, como você mesmo explicou no discursinho, e agora embaça pra matar o único que devia? Você está me fazendo questionar suas competência e eficiência pela enésima vez em muito pouco tempo. Eu agradeceria se você parasse.

Breve interlúdio par alevarem o corpo do Briscoe, quando a gente descobre que ele era careca. Se eu soubesse disso antes, teria um motivo extra pra prever sua morte. Rola o pior papinho de consolação *ever*, véi, que culmina na Juíza Hershey sendo meio amarga (ha-ha) e dizendo ao Dredd que ele devia mostrar emoções. "Emoções... devia haver uma lei contra elas" é a resposta. Boa, Dredd. Essa aí tá no papo. Agora você está livre para parar o carrinho de comida reciclada com um berro. Eu imagino que você vá pegar um lanchinho. Não vai? Ah, você está prendendo o carrinho. Parece que o filme está ficando legal, agora, mas OPA! Dredd estava predendo o Ferguson (aquele que tem órgãos de diversos animais dentro do corpo, lembra?), que estava dentro do carrinho, se escondendo. E tem mais é que prender esse viado, mesmo, por desecrar a fonte da melhor piadinha do filme (isso não chega a ser um elogio). Eles batem boca por um momento, o viadinho alegando que não tinha escolha, tinha que fugir do tiroteio e entrar no carrinho era a únia solução viável. Stallone o condena a cinco anos de prisão e diz que se ele quisesse fugir, devia ter pulado da janela do arranha-céu. Sabe que eu estou ficando com problemas pra simpatizar com o Stallone nesse filme?

Corta para um conselho de Juízes fodões (você sabe que eles são fodões porque não usam a roupinha ridícula) discutindo como lidar com a violência. A opinião prevalescente é de que precisam de leis mais severas para conter a revolta populacional (aquele velho pensamento de que, se seu arremesso de balões não está surtindo efeito contra um ouriço, você deve precisar de mais balões), mas um velho começa a encher o saco com um papinho sobre evitar a opressão. Você precisa ver o Dredd nas ruas, velho. Acho que vocês iam se dar muito mal. O que quer dizer que você vai morrer. Falando na interação entre os dois, o velho chama o Dredd pra perguntar se as "execuções sumárias" foram justificadas. Ao obter uma resposta positiva, resolve deixar Dredd a cargo de ensinar ética na academia de cadetes, pra ver se ele aprende alguma lição de vida. Velho burro. Isso é como vencer a segunda guerra, pegar Mussolini e colocá-lo como professor primário. E eu aqui pensando que você era bom da cabeça. Ah, vale mencionarq eu, durante essa cena, aparece uma das cenas mais grotescas e repugnantes do filme: Dredd tira o capacete.

Aaaaaah!

Corta para a prisão de Aspen. Um cara vai a uma cela ultra-reforçada, com metralhadoras e escudos, e dá um presente a um prisioneiro de nome Rico, cuja língua é levemente presa. Aparentemente esse cara era um Juiz e, levando jeito de filósofo, ponderou que "culpado" e "inocente" eram só questão de momento. Como um semblante de raciocínio e qualquer visão diferente da fascista e dualista de Dredd são inerentemente malvadas, esse cara se revela o vilão do filme, matando o visitante/entregador. "Como?", você vai perguntar. "E os escudos e as metralhadoras?" Olha, a vítima desativou os escudos pra poder entregar o presentinho. Só que o presentinho era uma arma. Aí é ruim. As nossas prisões têm regras quanto a entregar armas para prisioneiros, mas o mundo dos Juízes é um lugar muito mais fascinante, onde isso não é um problema. Tendo tomado com um tiro na garganta e sido fuzilado pelas metralhadoras que não reconheceram sua voz agonizante (o que me faz imaginar que passar por elas é tão simples quanto ficar em silêncio), o morto não conseguiu ligar o alarme. Ouvindo a baderna, dois funcionários da prisão que o escoltavam tomam a decisão lógica de... ei! Vamos ver o quanto você conhece essa galera: A) os guardas utilizam o monitoramento eletrônico para ver o qeu aconteceu na sala; B) os guardas abrem a porta e olham de uma distância segura ou C) eles desativam todos os sistemas de segurança e entram correndo, às cegas, para serem facilmente emboscados e permitirem a fuga do prisioneiro Rico. Meus pêsames se você respondeu C, porque está certo.

Rico

Legal! Vinte minutos de filme, já! Vou parar por um tempinho pra recuperar a minha vontade de viver e continuo depois.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Ai, Enredo Rijo!

Invejando o sucesso de sites como o ThePirateBay.org, agora neste blog eu vou oferecer também filmes completos! Mas, como não diponho de muito espaço virtual nem quero ser processado, vou disponibilizá-los em formato texto. O lado positivo é que você não precisa se preocupar com legendas nem com pausar caso resolva ir ao banheiro. Por outro lado eu espero que você rebobine o blog. Pra começar, eu gostaria de usar um clássico, porque filmes são um pouco como como vinhos: se você tomar Merlot 1995 por duas horas seguidas - e sobreviver -, vai ficar bastante retardado, ter uma dor de cabeça tremenda e vomitar feito um tiranossauro no Playcenter. Eu digo tiranossauro porque imagino que ele vá sair aterrorizando e comendo as pessoas antes de ir aos brinquedos e todo mundo sabe que ficar girando de pança cheia potencializa as conseqüências. Mas, enfim, vamos ao filme. É com o Stallone, como eu imagino que todos vão ser, se de fato houver um segundo e minha prefrência pessoal falar muito alto.

No terceiro milênio (ei, já é o nosso), o mundo mudou. A Terra se transformou em um deserto sem vida, conhecido como "A Terra Amaldiçoada". Por todas as nações, as pessoas se aglomeravam em Mega Cidades onde bandos de selvagens saqueadores criavam violência além dos poderes do sistema judiciário. Então era basicamente o Rio de Janeiro, só que sem o mar. Mas aí criaram um novo tipo de força de elite para governar essa sociedade. Uma força com o poder de administrar a justiça e a punição. Eles tomavam para si os cargos de policiais, júri e executores. E eu suponho que muitos outros, também, caso contrário seria bastante panaca ter uns desses caras andando por aí acompanhados de promotores, advogados, meirinhos, datilógrafos etc. Melhor dizer que eles eram caras que chegavam lá e matavam a galera a rodo, sem essa palhaçada de julgamento. Igual a polícia do Rio de Janeiro. Eles eram os Juízes. Um nome meio babaca, se você pensar bem. Caso eu fosse um cozinheiro, administrador de empresas e técnico em eletrônica, eu não acho que seria legal me chamarem de Cozinheiro. Eu tenho três empregos e tudo que eu ganho é uma letra maiúscula em um escolhido assim, a esmo? Sei lá. Pelo menos talvez os salários sejam somados. Mas não era melhor ter criado outro nome, pra evitar confusão? Ah, deixa pra lá. Onde eu estava? Ah, sim. Eles eram os Juízes.

Um senhor Ferguson está saindo da prisão, onde ele foi colocado provavelmente por ter sido um gigolô, mesmo que por acidente. Um guarda de armadura ridiculamente restritiva, tipo um Stormtrooper com uma capinha ridicula, diz a ele aonde ele deve ir. Então ele vai de táxi, cê sabe, passando pela estátua da liberdade, por prédios muito altos e pelos créditos de abertura do filme, até ser deixado numa área na qual está havendo uma revolta populacional. Ele passa por um carrinho que pede às pessoas que, pelo bem do meio ambiente, comam comida reciclada - o ponto alto do filme. Ao entrar no apartamento, ele é surpreendido por uns simpáticos que dizem a ele que está rolando uma Guerra de Quarteirão. E dois Juízes em motocas chegam para ficarem num canto esperando por apoio. Estranho que eles usem motoquinhas, mesmo que voadoras. Quer dizer... o cenário é totalmente apocalíptico, tem gente atirando com armas enormes e lança-granadas nos prédios vizinhos. Eu esperava, no mínimo, um Caveirão, não algo que te deixa completamente desprotegido numa zona de guerra. Tem um motivo pelo qual os exércitos usam tanques em vez de scooters, mas os Juízes devem saber mais das coisas que eu. Talvez seja mais estranho que as motocas tenham rodas, porque elas voam. Quem diabos ia preferir trafegar pelo chão, onde qualquer irregularidade no esfalto pode te trazer os problemas típicos de um veículo de duas rodas, quando você pode voar a qualquer atitude? O Juiz Dredd! Porque chamam por apoio e ele vai lá, vagarosamente e fazendo muito esforço para controlar a geringonça que o transporta. Em defesa dele, a moto parece ter sido concebida para parecer legal, não para ir de um ponto A a um ponto B. É toda gorda, disforme e presumivelmente pesada.

Lugar seguro pra voar de moto.

Bom, o Dredd chega lá, pára no meio da rua e resolve gritar "Eu sou a lei! Larguem as armas! Estes quarteirões estão presos! Este é o último aviso!". Um dos primeiros Juízes a chegar na cena comenta com a Juíza (que o Dredd vai comer, caso contrário seria um cara) que Dredd está bem vulnerável. Panaca. Dredd é o principal, ele sempre sabe o que está fazendo. Que é exatamente o que a gostosinha diz. Enquanto isso, em mais um paralelo ao Rio de Janeiro, os bandidos dizem "porra, velho, é o BOPE, fodeu!", mas o líder argumenta que, se é para ter medo de alguém, é melhor ter medo dele. O que não faz muito sentido, em primeiro lugar porque eles estão do mesmo lado e em segundo porque medo não é algo exclusivo - nem sequer socialmente. Mas sei lá, né? Ele é o chefe-bandidão, deve saber mais que eu. O gigolô faz a segunda piada do filme. É fraca e, sinceramente, o bandidão devia tê-lo matado só por ela. Eu poupei vocês da primeira, feita durante os crédtios de abertura, e vou popuá-los de todas as próximas, também, caso sejam tão ruins, me referindo a elas apenas de passagem, como "piada #2", por exemplo. De qualquer forma, a galera põe as armas janela afora e atira na paródia de Robocop que está lá embaixo.

Rambocop.

O Juiz pentelho diz pro Dredd arrumar cobertura. Devia tomar um belo tiro por não acreditar na gostosinha. Dredd responde que eles estão usando munição de 20mm, cujo alcance letal é 200m, a 300m de distância. O que quer dizer que eles estão salvos e são babacas por estarem com medinho. Ele também sabe mais que eu. Aliás todo mundo sabe mais que eu, nesse filme, por isso eu gosto dele. É um filme que ensina coisas. Eu pensei que munição 20mm fosse munição largamente utilizada como antiaérea ou antitanque. E que o alcance dela fosse de uns 2km. E que o alcance efetivo de uma arma fosse medido no plano, não numa situação de disparo quase vertical para baixo, quando ele seria extremamente estendido. E que, mesmo que fora do alcance letal, chumbo ainda pudesse causar bastante estrago e devesse ser evitado. Porque um chute no saco também não é letal, mas nem por isso eu o receberia de braços ou pernas abertos. Mas o Dredd é um profissional e resolveu que é seguro, então tudo bem. Vai ver a munição deles é tão porca que até faz sentido eles usarem aquele velotrol pra locomoção.

Seguro a 300m. Exceto pela bola de golfe.

Enfim, Dredd diz "granada", a arma dele diz "granada", acende umas luzinhas e ele atira uma granada na porta. Dredd, eu precisava levar um lero com o cara que projeta seus equipamentos, sério. Eu vejo alguns problemas aí nessa arma. Hoje em dia a gente já tem essa capacidade de ativar as coisas por voz, mas você não vê isso em armas. Eu, pelo menos, não me lembro de nenhum policial gritando "tiro! tiro! tiro! tiro! recarrega! tiro! tiro!" pelas ruas, porque esse projeto tem umas desvantagens. Por exemplo, fica impossível configurar sua arma em silêncio, pra um ataque tático. E ativação manual é mais rápida que ativação verbal. Um seletor ou segundo gatilho bastariam. O exército usa rifles com lança-granadas e eles têm dois gatilhos. Até porque uma guerra ou confronto civil, que seja, é um evento bem barulhento. E considerando quão mal o reconhecimento por voz funciona mesmo sem interferências ruidosas, como nós podemos ver nos celulares, você pode acabar selecionando uma função indesejável por engano. O que é muito mais preocupante dada a crescente expansão de funcionalidade dos nossos aparelhos portáteis - de novo demonstrada em celulares/computadores/GPS/etc. Você vai me entender quando disser "Granada" e sua arma perguntar "ligar para 'Renata'?". "Não! Granada, porra! Granada! Eu preciso de uma granada! Eu vou morrer, cacete. Me dá uma granada!" "Hum... ligar para 'João'?" Sério, você vai ver. Mas, enfim, você entra pelo rombo que fez na porta.

Porra! Isso foram só dez minutos de filme? É tão emocionante que parece que eu estou vendo isso há horas. Melhor eu continuar depois.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Plow a Poop Maze




Vamos direto ao ponto, ignorando a bostescência generalizada que constitui o resto desse comercial: ao final do vídeo acima, o que eles dizem é, oficialmente, "dê um up com Close-Up". Mas, graças à dicção dos cantores não ser muito melhor que a de uma bunda, passei muito tempo ouvindo "melwap popozão". Olha aí o que vocês fizeram com um possível cliente, em vez de tê-lo forçado a passar esses meses de exposição seriamente cansiderando a compra do seu dentifrício de coloração estapafúrdia: como "melwap", pra mim, só pode ser algo como nome de feiticeiro, durante todo esse tempo fiquei a imaginar várias formas de magos bundundos (a saber: 1 - simplesmente um desses estereótipos de longas barbas, mas com uma bunda descomunal; 2 - um mago magrelo cujo topo do cajado tem a forma de uma bunda; 3 - um mago cuja longa barba branca característica da classe tem o formato de uma bunda; 4 - poderoso feiticeiro com magias temíveis como "Bundas de Fogo", "Conjurar Gretchen" e "Ventriloquismo" etc.). Todas as outras combinações possíveis de magias e bundas, eu diria). Não sei se era essa a idéia, mas, em caso afirmativo, é uma estratégia de vendas bastante curiosa. Mesmo agora, depois de entender as palavras cujo total fracasso em termos de clareza deram origem a Melwap Popozão, lorde suberano das próprias profundezas, continuo a imaginá-lo quando vejo esse anúncio horrível, e pretendo abrir um processo contra a empresa. Sério, isso tem tomado muito do meu tempo. Suponho que eu possa expurgar essa imagem da minha cabeça, mas vai ser difícil. Talvez um curto conto possa me livrar dessa verdadeira maldição, mas teria que ser um conto bem denso em feitiços e popozões. Talvez além das minhas habilidades.


Entende a túnica larga?


Era um dia normal para o assassino e assaltante do bairro, Bobby Bunda (o nome existe!). Tão normal quanto um dia pode ser quando é noite, pelo menos, e você está tentando invadir o cuvil de um poderoso feiticeiro para roubar suas riquezass. E o saque estava correndo muito bem quando, bastante bebum, Melwap Popozão escancara a porta de sua casa e desbunda-se com a presença de Bobby em seu lar. Disposto a se divertir, imediatamente começa a invocar uma magia para levar o alvo de suas abundantes destrutividades para um lugar onde os efeitos colaterais significassem menos. Algum lugar cuja importância fosse desprezível e, para efeitos deste episódio, contivesse muitas bundas: a TV.

"Ulhaaaa" foi a última coisa que Robert ouviu antes de cair de bunda e quase ser afogado na pequena e superpovoada banheira de bundas em que caía. Confuso, ele mal teve tempo de empurrar a Sheila Mello para sair antes de ser surpreendido pelas duas bandas de axé que entravam no palco, cruzando seu caminho. Em meio a todos aqueles chocalhos de carne com recheio inominável, Bobby começava a chamar a atenção da platéia e dos convidados. Van Damme tinha seus olhos pregados em Bunda já havia algum tempo. E aí... aí... hã... chegaram mais umas bundas... e aí choveu bundas... e o mundo virou uma bunda gigante com furúnculos em forma de bundas. É, eu acho que isso conclui satisfatoriamente a história.