sábado, 23 de janeiro de 2010

Reenter, Torn Pixel

Bora lá: eu estive tendo sérios problemas para controlar minha síndrome de Asperger no que tange ao meu interesse por navegadores de internet e benchmarks e o resultado é um comparativo não tão surpreendente assim. Eu catei dois sisteminhas AMD não idênticos e rodei uma porrada de browsers em diferentes sistemas operacionais no Peacekeeper e no SunSpider. Se você preferir uma versão desatualizada e confusa, sabe-se lá por que cargas d'água pode lê-la aqui. Bom, aí vão os gráficos devidamente especificados:

Como temos basicamente três diferenciais entre os sistemas, toda e qualquer discrepância pode ser atribuída a a) qualquer intolerância de um aplicativo a um ambiente 64 bits; b) o processador mais rápido do sistema 64 bits e c) gente escrota que não põe o mínimo de esforço ao desenvolver versões para Linux. Nos casos "a" e "c" o computador com o Athlon 64 3000+ teria uma boa desvantagem e o quadro seria revertido no quadro "b".

Explicando o porquê de esses quadros serem considerados os únicos diferenciais relevantes: "a" porque embora a arquitetura 64 bits não seja novidade, ela não foi adotada de imediato nem pelos usuários nem pelos produtores de software até que, num típico caso de ovo e galinha, ela começou a ganhar força e agora já está a pleno vapor, exceto por meia dúzia de gatos pingados que vivem no assado, como a Adobe. "b" é óbvio. "c" é mais questionável.

Por que assumir que o desempenho do Linux poderia se igualar ao do Windows em hardware semelhante, a ponto de qualquer resultado pior poder ser atribuído a uma versão mal feita e não a problemas do sistema? Em primeiro lugar eu queria apresentar um forte indício: o resultado do Internet Explorer. Uma companhia X faz um sistema X. Só essa companhia sabe exatamente como funciona esse sistema X, portanto é ela quem tem a melhor condição pra fazer programas que rodem bem nesse sistema. E o Internet Explorer é um grande bolo de merda com badalhoca granulada. É como, depois da cagadinha, outra pessoa te limpar melhor do que você mesmo - e sem nem ter que tirar suas calças -, o que coloca sua capacidade mental e/ou motora em xeque. Uma companhia que faz um navegador tão ridiculamente horrível pro seu próprio sistema não pode ter muito crédito. Como segundo argumento, é só olhar o resultado do Google Chrome 4. É difícil dizer se esse ganho é só do processador, mas evidencia que algum ganho é possível.

Olhando o Firefox, dá pra perceber que ele é a personificação do motivo "c". Rodando a versão pra Windows no próprio Linux se consegue um desempenho melhor, o que é vergonhoso. Especialmente se considerarmos que o método de produção dos dois - Firefox e Linux - é muito similar. É estranho que um outro projeto de código aberto não dê a devida importância ao desempenho em uma plataforma tão ideologicamente sintonizada, mas a galera do Firefox está pisando na bola monstruosamente também por não fornecer uma versão 64-bits. O povo do Google já usa Linux no trabalho e está desenvolvendo um mini sistema operacional baseado nele, então não é nenhuma surpresa que eles consigam resultados bem melhores.

Mas sabe o que é especialmente revoltante? Dentre todos esses navegadores, só existe um que é exclusivo para uma plataforma, e é justamente o que tem o pior rendimento nessa mesma plataforma. Curiosamente é o que é requerido por diversos sites, como o da Gol quando você vai comprar uma passagem, ou o da Vivo quando você vai ver sua fatura. É um verdadeiro, impressionante e desnecessário culto à ineficiência.


Linux 64 bits / Athlon 64 3000+



Windows XP 32 bits / Athlon XP 2800+







SunSpider Javascript Benchmark - Linux 64 bits Athlon 64 3000+

NavegadorTempo(ms)Barra de efeito dramático
Chrome 41357,2
Opera 10.51171,4
Firefox 3.65261,4
Firefox (Wine) 3.62521,6
Epiphany 2,291280,2



SunSpider Javascript Benchmark - Win XP 32 bits Athlon XP 2800+

NavegadorTempo(ms)Barra de efeito dramático
Chrome 41063,2
Firefox 3.61686,4
Safari 41334,8
IE 89287,2

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