Como temos basicamente três diferenciais entre os sistemas, toda e qualquer discrepância pode ser atribuída a a) qualquer intolerância de um aplicativo a um ambiente 64 bits; b) o processador mais rápido do sistema 64 bits e c) gente escrota que não põe o mínimo de esforço ao desenvolver versões para Linux. Nos casos "a" e "c" o computador com o Athlon 64 3000+ teria uma boa desvantagem e o quadro seria revertido no quadro "b".
Explicando o porquê de esses quadros serem considerados os únicos diferenciais relevantes: "a" porque embora a arquitetura 64 bits não seja novidade, ela não foi adotada de imediato nem pelos usuários nem pelos produtores de software até que, num típico caso de ovo e galinha, ela começou a ganhar força e agora já está a pleno vapor, exceto por meia dúzia de gatos pingados que vivem no assado, como a Adobe. "b" é óbvio. "c" é mais questionável.
Por que assumir que o desempenho do Linux poderia se igualar ao do Windows em hardware semelhante, a ponto de qualquer resultado pior poder ser atribuído a uma versão mal feita e não a problemas do sistema? Em primeiro lugar eu queria apresentar um forte indício: o resultado do Internet Explorer. Uma companhia X faz um sistema X. Só essa companhia sabe exatamente como funciona esse sistema X, portanto é ela quem tem a melhor condição pra fazer programas que rodem bem nesse sistema. E o Internet Explorer é um grande bolo de merda com badalhoca granulada. É como, depois da cagadinha, outra pessoa te limpar melhor do que você mesmo - e sem nem ter que tirar suas calças -, o que coloca sua capacidade mental e/ou motora em xeque. Uma companhia que faz um navegador tão ridiculamente horrível pro seu próprio sistema não pode ter muito crédito. Como segundo argumento, é só olhar o resultado do Google Chrome 4. É difícil dizer se esse ganho é só do processador, mas evidencia que algum ganho é possível.
Olhando o Firefox, dá pra perceber que ele é a personificação do motivo "c". Rodando a versão pra Windows no próprio Linux se consegue um desempenho melhor, o que é vergonhoso. Especialmente se considerarmos que o método de produção dos dois - Firefox e Linux - é muito similar. É estranho que um outro projeto de código aberto não dê a devida importância ao desempenho em uma plataforma tão ideologicamente sintonizada, mas a galera do Firefox está pisando na bola monstruosamente também por não fornecer uma versão 64-bits. O povo do Google já usa Linux no trabalho e está desenvolvendo um mini sistema operacional baseado nele, então não é nenhuma surpresa que eles consigam resultados bem melhores.
Mas sabe o que é especialmente revoltante? Dentre todos esses navegadores, só existe um que é exclusivo para uma plataforma, e é justamente o que tem o pior rendimento nessa mesma plataforma. Curiosamente é o que é requerido por diversos sites, como o da Gol quando você vai comprar uma passagem, ou o da Vivo quando você vai ver sua fatura. É um verdadeiro, impressionante e desnecessário culto à ineficiência.
Linux 64 bits / Athlon 64 3000+
Windows XP 32 bits / Athlon XP 2800+
SunSpider Javascript Benchmark - Linux 64 bits Athlon 64 3000+
Navegador | Tempo(ms) | Barra de efeito dramático |
Chrome 4 | 1357,2 | |
Opera 10.5 | 1171,4 | |
Firefox 3.6 | 5261,4 | |
Firefox (Wine) 3.6 | 2521,6 | |
Epiphany 2,29 | 1280,2 |
SunSpider Javascript Benchmark - Win XP 32 bits Athlon XP 2800+
Navegador | Tempo(ms) | Barra de efeito dramático |
Chrome 4 | 1063,2 | |
Firefox 3.6 | 1686,4 | |
Safari 4 | 1334,8 | |
IE 8 | 9287,2 |
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