Eu sou inocente demais em se tratando de culinária. Do alto da minha jactância, imaginei ser capaz de fazer macarrão caseiro. Afinal, se a D. Maria, aqui da mercearia, faz um delicioso, e com um pé nas costas, por que eu não haveria de conseguir? Bom... o relato atual é prova de que eu subestimei D. Maria. Desculpa aí.
Comecei pegando a receita que me pareceu mais inofensiva e realizei-a. Virou uma bola gosmenta que foi ficando menos pegajosa à medida em que eu fui socando, ao contrário da maioria dos bebês. Terminada a surra, eu a estiquei em uma bandeja, num formato de disco, e deixei que ela secasse por uns dois ou três dias. Finalmente chegou a hora de cortar, e foi quando eu percebi que alguma coisa havia saído errado. Ou muito certo, do meu ponto de vista otimista. Eu pensei “ah, sim, 'grano duro'” ao pegar em minhas mãos o que deveria ser uma nova forma de pizza. E coloquei-me a retalhar, com a ajuda de uma faca extremamente afiada. Quando notei um erro no meu design arredondado. As fotos dos primeiros cortes estão abaixo. Eu gostaria de fazer como nos restaurantes chiques e deixar as imagens com OnMouseOver, mas o Blogger é meio pentelho.
Até esse ponto eu estava meramente retirando as rebarbas do círculo. Terminado meu trabalho, a coisa tomou um formato um pouco mais reconhecível, mas nem por isso menos aterrorizante.
Veja também, meu método de produção altamente artesanal.
Então segui cortando, de modo cada vez mais displicente e preguiçoso, até sobrar um fiapo de massa que se parece um pouco com um golfinho.
Aí é a hora de olhar para o que você tem em mãos e curtir um pouco aquele sentimento de fracasso iminente. Uma massa quebradiça, amarelada demais, dura e mal picada. As chances de aquilo dar uma boa macarronada eram pequenas, e aparentemente o golfinho estava sabendo disso, pelo modo como encarava aquela montanha curiosa de fiapos de farinha socada com poucos indícios de critério. Encarando e rindo, encarando e julgando minhas habilidades, encarando e achando que ele era melhor que eu, encarando e lembrando de como riam de mim na escola... bom, pra encurtar a história, o golfinho se foi.
Sei lá. Vai ver macarrão caseiro é como sexo. A primeira tentativa não é lá essas coisas e você tem que ir se aprimorando até sair algo gostoso e você ganhar confiança pra oferecer para um grupo de amigos. Até lá, o negócio é comprar da D. Maria, aqui da mercearia, que faz um delicioso, e com um pé nas costas.
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Um comentário:
mas você chegou a cozinhar? E que estranho, nunca vi isso de deixar a massa parada por uns 2, 3 dias!
Eu gostei do golfinho!
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